O que é o refluxo?

15 de agosto de 2023
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Sabe aquela sensação de queimação no estomago e um amargo na boca como se a comida estivesse voltando? Isso pode ser o refluxo, que se manifesta com azia, regurgitação, sensação de bolo na garganta e dor no tórax.

Embora muitas pessoas não considerem uma doença, quando esses sintomas são frequentes, o refluxo passa a ser considerado doença digestiva crônica em que o ácido do estômago ou a bile voltam pelo esôfago, causando irritação na mucosa do tubo alimentar.

Se o refluxo e azia ocorrerem mais de duas vezes por semana isso pode indicar a DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico), sendo que os sintomas incluem queimação no peito e que geralmente ocorre depois de comer e piora ao deitar.

O alívio decorrente de mudanças no estilo de vida e de medicamentos vendidos sem prescrição médica geralmente é temporário. Assim, é importante a avaliação de profissional de saúde, que pode indicar uma medicação mais forte, se necessária, além de outros procedimentos.

O refluxo Gastroesofágico, também conhecido como refluxo gástrico, afeta cerca de 12% a 20% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (SBMDN). Ele pode causar dores intensas no estômago e na região do peito e pode deixar um gosto nada agradável na boca. Quando os sintomas do quadro são crônicos, é possível que os pacientes tenham dificuldade de fazer tarefas do dia a dia ou exercícios físicos e também sintam desconforto na hora de se alimentar.

O refluxo acontece quando o músculo chamado de esfíncter esofágico inferior, que controla a passagem entre o esôfago e o estômago, não se fecha completamente, permitindo que o ácido gástrico ou a bile (secreção produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar) volte para o esôfago. Isso causa irritação na mucosa dessa parte do tubo digestivo, gerando os sintomas dolorosos ou incômodos.

Diversos fatores podem contribuir para o mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, como características biológicas, fisiológicas e estruturais que podem variar de uma pessoa para outra.

Os sinais e sintomas de refluxo gastroesofágico podem aparecer em episódios isolados ou de maneira mais frequente, a depender da gravidade do quadro de cada paciente. Entre os mais frequentes estão:

  • Azia ou queimação que se origina na boca do estômago, mas pode atingir a garganta;
  • Dor torácica intensa, que pode ser confundida com a dor da angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração) e até com sinais do infarto do miocárdio;
  • Tosse seca;
  • Dificuldade em engolir;
  • Regurgitação de alimentos;
  • Líquido azedo na boca;
  • Sensação de ter um “nó na garganta”;
  • Dificuldade em dormir por várias horas (pelo incômodo causado pelos sintomas);
  • Doenças pulmonares que se repetem, como pneumonias, bronquites e asma.

É importante procurar um profissional de saúde para tratar o quadro se experimentar sintomas graves ou frequentes e se os efeitos causados pelo refluxo gastroesofágico estiverem prejudicando o seu dia a dia, impedindo de realizar as tarefas rotineiras de forma natural.

Também é recomendado que você procure atendimento médico imediato se tiver dor no peito, especialmente se ela for acompanhada por falta de ar ou dor na mandíbula ou no braço. Como a dor no peito também pode acontecer devido a um ataque cardíaco, mesmo que você tenha sido diagnosticado anteriormente com refluxo gastroesofágico, o melhor é buscar ajuda especializada o quanto antes por segurança.

O tratamento do refluxo gastroesofágico pode ser clínico ou cirúrgico. O primeiro é feito com medicamentos que diminuem a acidez do suco gástrico e com mudanças simples de hábitos, adotando um estilo de vida saudável, o que inclui:

  • Controlar o peso recomendado para sua altura, idade e tipo físico;
  • Evitar alimentos e bebidas que podem agravar o quadro, segundo a orientação do médico;
  • Manter uma dieta balanceada, com boa variedade de alimentos naturais e pouco processados;
  • Não fumar, já que nicotina pode relaxar o esfíncter esofágico inferior, piorando os sintomas;
  • Seguir uma rotina de horários para se alimentar;
  • Fazer exercícios físicos regularmente. É importante o médico avaliar se existe algum impedimento e quais são os mais adequados para o seu caso, além de ter a orientação de um profissional de educação física.

O tratamento cirúrgico pode ser realizado em cirurgia convencional, na qual é feito um corte no abdômen para acessar a área a ser operada, ou por laparoscopia, que é uma técnica minimamente invasiva.

É indicado nos casos de hérnia de hiato, condição em que parte do estômago impulsiona o músculo do diafragma; em  pacientes que não respondem bem ao tratamento com medicamentos e mudanças de estilo de vida; ou quando é necessário implantar uma válvula antirrefluxo (pequeno acessório usado para aliviar os sintomas).

Boca amarga e sensação de mal estar, azia, dor de estomago e refluxo: Não são sintomas normais e podem ser eliminados e não amenizados – busque ajuda profissional, você merece.