Calor extremo: quais cuidados tomar?

21 de março de 2024
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Calor de 40 graus com sensação térmica de 50. Como isso afeta nossa saúde? Quem sofre mais com isso? Como evitar que as altas temperaturas afetem nosso organismo. Acompanhe.

Temperaturas que ultrapassam os 35o no termômetro de rua e batem mais de 50o na sensação térmica. Nestes últimos meses os brasileiros em todas as regiões do país vêm sofrendo com as altas temperaturas, levando as autoridades em saúde a adotar certas medidas para evitar problemas para a população.

Por isso, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta máximo de calor para 15 estados brasileiros e o Distrito Federal, indicando que foi atingido um nível nas condições climáticas que pode gerar riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana.

E o maior problema não é a temperatura, mas sim a sensação térmica, que são coisas interligadas, mas completamente diferentes.

Enquanto a temperatura representa a quantidade de calor que vem do Sol, a sensação térmica é uma estimativa que mede a reação das pessoas ao calor registrado nos termômetros e tem a influência não apenas do calor irradiado pelo Sol, mas também da umidade do ar.

Quanto mais quente e mais úmido, maior a sensação de calor e o desconforto. Isso explica o motivo pelo qual em dias menos úmidos, sentimos menos o calor, mesmo que a temperatura seja a mesma.

Esse calor extremo afeta as pessoas de forma diferente, por questões metabólicas e emocionais, mas alguns grupos tem maior risco de sofrer complicações de saúde devido às altas temperaturas.

Especialistas em saúde alertam que os idosos estão entre os principais grupos com risco de complicações graves de saúde em decorrência do calor intenso. Como boa parcela deles já têm problemas no coração, com esse aumento de temperatura, a queda de pressão arterial e as alterações no sistema cardiocirculatório podem ser mais frequentes e graves nesse grupo.

Temperaturas extremas, como as verificadas nas últimas semanas, levam à dilatação de vasos sanguíneos e artérias e, quando isso acontece, a pressão pode cair. Se essa queda ocorrer com frequência, isso pode levar a uma deficiência na irrigação sanguínea nos órgãos.

Outro fator de risco é o aumento da transpiração. A pessoa vai suar mais e o corpo perde líquidos e sais minerais importantes para o bom funcionamento do corpo. Essa reação do nosso corpo, o aumento da transpiração, é um mecanismo que o nosso organismo utiliza para aliviar o aumento da temperatura corporal.

O risco de saúde está no fato de que nessa tentativa de compensação pelo calor, o número de batimentos cardíacos por minuto aumente, levando à arritmia. As arritmias em si não são um problema, pois quando ocorrem na parte superior do coração (átrios) são benignas e não causam alterações no desempenho do coração, nem risco para a saúde.

Por outro lado, as arritmias também podem ser graves, principalmente quando ocorrem na parte inferior do coração (ventrículos), e podem ocasionar falta de ar, dor no peito, desmaios e, nos casos mais críticos, morte súbita.

Com o calor excessivo, o risco de desidratação em idosos pode aumentar e causar confusão mental, agitação, prostração, tonturas e quedas, além dos efeitos na pele, como maior flacidez ou aparência ressecada.

Além dos idosos, as crianças também sofrem riscos maiores de complicações devido às altas temperaturas. Como alguns menores, principalmente os em idade pré-escolar, ainda não tem hábito de ingerir líquidos durante o dia, eles ficam mais suscetíveis à desidratação.

Neste grupo, pais, professores e cuidadores devem ficam atentos para fazer a reposição de líquidos adequada nas crianças, interrompendo as atividades para que elas sejam hidratadas.

Crianças que tem por hábito brincar ao ar livre devem ser orientadas para evitarem brincar nos horários em que o sol está mais forte, entre às 10h e às 16h e nunca deixar de utilizar protetor solar. Essa regra vale para todos, independente da idade.

Outros cuidados importantes para todos que se sintam desconfortáveis com as altas temperaturas, ou seja, todos os seres vivos, são:

  • Usar boné, chapéu e óculos de sol ao sair à rua;
  • Usar roupas leves e frescas;
  • Andar com uma garrafinha de água para manter a hidratação ao longo do dia;
  • Tomar banhos frios;
  • Evitar aglomerações e preferir ambientes arejados;
  • Não fazer exercícios em horários com maior incidência de raios UV.