Neurodiversidade não é doença

15 de novembro de 2023
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Uma pessoa neurodivergente simplesmente tem um cérebro com conexões diferentes e deve ser respeitada. Isso não significa que ela apresente um rendimento menor no dia a dia, muito pelo contrário, como você poderá constatar nesta nota.

Neurodiversidade é um conceito que promove a ideia de que todos os indivíduos são diferentes, inclusive em seu funcionamento neurocognitivo, que são as funções básicas do nosso cérebro, como memória, atenção, evocação, linguagem, orientação no tempo e no espaço, comportamentos, entre outras. Algumas pessoas apresentam um funcionamento neurocognitivo diferente do que é visto como padrão pela sociedade e são consideradas como neurodivergentes ou neurodiversas.

Essas diferenças, no entanto, não são doenças ou transtornos, e sim apenas diferenças normais da nossa espécie, as quais devem ser respeitadas e aceitas.

Na definição de neurodivergente encaixam-se pessoas diagnosticadas, por exemplo, com:

  • Dislexia: a pessoa apresenta dificuldade na aquisição e automatização da leitura e escrita.
  • Transtorno do espectro autista (TEA): o TEA caracteriza-se por provocar prejuízos na interação social e comunicação. Além disso, o indivíduo apresenta neurodesenvolvimento caracterizado por padrões de comportamentos repetitivos.
  • Transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH): caracteriza-se por provocar sintomas como inquietude, desatenção e impulsividade.
  • Síndrome de Tourette: pessoas diagnosticadas com a síndrome apresentam tiques múltiplos, os quais podem ser vocais ou motores. Alguns desses tiques incluem piscar, balançar a cabeça, franzir a testa, tossir, limpar a garganta e até mesmo emitir palavras de forma completa ou parcial.

É importante destacar que as pessoas neurodivergentes frequentemente sofrem com ansiedade, depressão e estresse, uma vez que constantemente enfrentam situações de bullying e discriminação.

Entender e assimilar o conceito de neurodiversidade é importante para reduzir o preconceito e aumentar a aceitação dessas pessoas, que apenas apresentam um funcionamento neurológico diferente.

Infelizmente, muitas vezes essas diferenças são vistas como um obstáculo para o sucesso no ambiente de trabalho, levando à discriminação e exclusão desses profissionais. No entanto, quando as empresas abraçam a neurodiversidade, elas se beneficiam com talentos únicos.

Em primeiro lugar, a neurodiversidade em uma organização pode trazer habilidades e pontos de vista únicos e valiosos para a equipe, que podem ser úteis para resolver problemas de maneiras diferentes e inovadoras.

Muitos profissionais que apresentam esses comportamentos pouco convencionais são altamente qualificados em áreas específicas, como matemática, tecnologia da informação, ciência, artes e outras.

A neurodiversidade traz uma riqueza de habilidades, perspectivas e talentos que não devem ser ignorados e, ao promovê-la no ambiente de trabalho, as empresas podem se destacar no mercado e criar um ambiente mais justo e inclusivo para todos.

Porém, existem várias barreiras que essas pessoas podem enfrentar no ambiente de trabalho, entre elas o despreparo da empresa para recebê-las/inclui-las ou mesmo a falta de informação para conviver com as condições de cada um.

Muitas vezes, os empregadores e colegas não têm conhecimento suficiente sobre esse tema e, portanto, não entendem as necessidades e os desafios das pessoas neurodiversas, o que pode gerar preconceito, estigmatização e exclusão, e isso deve ser combatido na empresa, sempre estimulando a inclusão.

Pode ser necessário promover modificações específicas para que as pessoas se sintam confortáveis e consigam realizar seu trabalho de forma eficaz. Esses ajustes podem ser no espaço físico, na iluminação, na temperatura, nas atividades sociais, entre outras.

Outro cuidado é com a comunicação com as pessoas neurodiversas, que podem ter dificuldades em entender e interpretar informações. Dependendo da forma que elas são comunicadas por outras pessoas, isso pode levar a mal-entendidos e frustração no ambiente de trabalho.

Para superar essas barreiras é importante que todos sejam educados e sensibilizados sobre a neurodiversidade e estejam dispostos a fazer ajustes para acomodar as necessidades e habilidades das pessoas neurodiversas.

Uma cultura inclusiva e respeitosa pode ajudar a promover a aceitação e a valorização da neurodiversidade em organizações e em nossa sociedade. Quem ganha com isso? Todos! Empresa, funcionários, famílias e sociedade.

Então, viva as diferenças! Em ambos os sentidos, de viver e comemorar.