Varíola do macaco: preciso me preocupar?
O que é essa doença que vem incomodando as autoridades de saúde e causa dúvidas nas pessoas. Saiba mais sobre a doença, como se transmite e o que fazer para evitar.
A varíola dos macacos (monkeypox, em inglês) é uma doença rara e foi identificada pela primeira vez em macacos no ano de 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos mantidos em um laboratório para pesquisa. Esse é o motivo pelo qual a doença recebe seu nome.
A varíola dos macacos é uma doença viral similar à varíola humana, que foi erradicada no mundo, em 1980, por meio de uma campanha mundial de vacinação, entretanto, tem sintomas mais brandos e tem se mostrado menos letal.
Embora receba esse nome, não existe risco de ser transmitida pelo simples contato com macacos fora da região de países africanos e a transmissão de um ser humano para outro é mais difícil de ocorrer e, geralmente, envolve gotículas respiratórias, sendo, nesse caso, necessário o contato pessoal prolongado.
Outras formas de transmissão envolvem o contato direito com fluidos corporais ou com material proveniente de lesões, além de contato indireto com material da lesão por meio de roupas de cama e toalhas, por exemplo,
No surto observado neste ano de 2022, começou-se a investigar e foi confirmado que a transmissão também ocorre via contato sexual. Embora não haja a confirmação da presença do vírus nos fluidos sexuais, não podendo ser considerada uma DST – Doença Sexualmente Transmissível, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que a intimidade prolongada durante o sexo parece ser a condição principal que facilita a transmissão da varíola dos macacos durante o sexo.
Sinais e sintomas
A varíola dos macacos apresenta sintomas semelhantes ao da varíola humana, entretanto, geralmente, são mais leves. Entre eles podemos citar febre, dor muscular, dor de cabeça e exaustão. Uma característica importante é o aumento dos gânglios linfáticos, a qual permite que os médicos diferenciem a varíola dos macacos da catapora ou da varíola humana.
Após um a três dias do início da febre, surgem as lesões na pele. Inicialmente essas lesões aparecem no rosto, espalhando-se, posteriormente, para o restante do corpo. Lesões podem também aparecer nos órgãos genitais, podendo ocorrer como lesões genitais únicas. Além disso, a varíola dos macacos pode provocar feridas na boca e no ânus. Em geral, a doença dura de duas a quatro semanas.
A varíola dos macacos é uma doença que pode levar o indivíduo à morte, com maior risco de adoecimento grave e óbito em crianças com menos de 8 anos de idade, pessoas com sistema imunológico enfraquecido, pessoas com história de eczema e pessoas grávidas ou amamentando.
Neste surto recente, o primeiro registro de morte que ocorreu no Brasil foi de um homem de 41 anos que apresentava sérios problemas de imunidade e comorbidades.
Como posso me prevenir?
Para evitar a transmissão de uma pessoa para outra é importante evitar contato próximo com pessoas doentes ou que apresentam sintomas sugestivos da doença. É fundamental não abraçar, não beijar e não manter relações sexuais com pessoas doentes.
Além disso, é importante não compartilhar copos, talheres ou outros objetos de uso pessoal com o doente. É fundamental também não manusear toalhas, roupas ou roupas de cama de pessoas com varíola dos macacos. Outra forma de prevenção é garantir sempre a limpeza das mãos.
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a covid-19.
Já existe vacina contra o vírus da varíola dos macacos, mas neste momento ainda não há necessidade de realizar a vacinação de toda a população, bastando apenas manter os cuidados de higiene e limpeza que temos adotado para a prevenção da transmissão da covid-19 e evitar o contato com pessoas infectadas. A recomendação é: Não há motivos para se preocupar, mas é bom não descuidar. Afinal, prevenir é melhor que remediar!