Saúde da mulher: desmitificando a endometriose

13 de setembro de 2022
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Esta é uma condição que pode ser muito dolorosa, causando sérias dificuldades na vida da mulher afetada. Saiba o que é e como tratar deste problema de saúde que afeta mais de 2 milhões de mulheres a cada ano.

Cólicas fortes que chegam a levar a mulher ao hospital quase todos os meses durante o período menstrual. Esse é um dos principais sintomas da endometriose, doença que atinge cerca de 15% da população feminina em idade fértil.

A endometriose é uma doença na qual o tecido que reveste a parede interna do útero, chamada de endométrio, cresce fora da cavidade uterina. Essa formação de tecido ocorre normalmente na região pélvica, nos ovários, no intestino, no reto, na bexiga e na pélvis.

Como as cólicas menstruais também são uma consequência frequente nos ciclos femininos, muitas vezes a endometriose é difícil de diagnosticar e muitas vezes confundidas com sintomas comuns do organismo da mulher. Não é incomum mulheres que têm suas vidas pessoais e profissionais negativamente afetadas pelas dores causadas pela doença.

Além de prejudicar a qualidade de vida e produtividade, a endometriose também é uma das principais causas de dificuldade de engravidar, estando associada a infertilidade feminina. Felizmente a fertilidade pode ser restabelecida com o tratamento adequado da doença.

Geralmente o diagnóstico é feito através de exames de imagem. O acompanhamento feito por um bom profissional é muito importante para um rápido diagnóstico e tratamento da doença.

Todos os meses, o endométrio, a mucosa que envolve o útero, fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação.

Quando a mulher sofre de endometriose, algumas dessas células do endométrio, ao invés de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.

As células do endométrio também podem se espalhar e crescer em outras partes do corpo, como no intestino, no reto, na bexiga, no peritônio e até mesmo em órgãos distantes, como o pulmão e o cérebro.

No entanto, é importante destacar que a doença não se espalha como um câncer, ou seja, a ocorrência em outras regiões não é sinal de agravamento. A explicação para o fenômeno é simples: embora a grande maioria dos episódios seja causado pela migração das células nas proximidades do útero, em algumas situações os focos são transportados diretamente pelo sangue, afetando essas e outras partes do corpo.

As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose em mulheres cujas mãe ou irmãs possuem doença – ou seja, a doença é possivelmente genética. Outra hipótese é que a doença esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico.

Quais são os sintomas da endometriose?

Apesar de a cólica menstrual ser o sintoma mais frequente, nem sempre ela é causada pela doença. As dores podem ser provocadas por outras inflamações na pelve, cistos, miomas e alguns tumores. Mas, quando a paciente se queixa de dor, mesmo em graus mais leves, o médico precisa considerar a possibilidade de endometriose.

É possível ainda que a endometriose seja assintomática. Nesses casos a doença também precisa de tratamento, mas só será diagnosticada através de exames de imagem e de rotina.

O exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, pois apontará a suspeita da doença. O quadro pode ser confirmado por exames laboratoriais e de imagem. Na maioria das vezes é necessário a realização de mais de um exame, como a biópsia do endométrio. Cada exame tem a sua própria indicação e a decisão de quais serão realizados cabe ao seu médico.

Como tratar

O tratamento da endometriose depende da idade da paciente, dos sintomas apresentados, da gravidade da doença e do desejo ou não de ter filhos. Dentre as opções de tratamento estão:

  • Medicamentos para controlar a dor e minimizar a progressão da doença.
  • Cirurgia para retirar as áreas afetadas pela endometriose.
  • Cirurgia radical – histerectomia com retirada dos dois ovários.

Em todos os casos, uma dieta saudável e a prática de exercícios físicos ajudam a reduzir os sintomas – muito embora não sejam suficientes para resolver todo o problema.

Inicie o tratamento indicado ao seu caso tão logo tenha sido feito o diagnóstico da doença e, se você deseja engravidar, lembre-se que, apesar da endometriose estar entre as causas possíveis da dificuldade de gravidez, a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.

Não imagine que a cólica menstrual é um sintoma natural na vida da mulher, principalmente porque isso afeta a sua qualidade de vida. Ao suspeitar de qualquer problema, procure a/o ginecologista e descreva o que sente para ser orientada com os exames adequados.  A prevenção é sempre o melhor caminhio. 

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