Poliomielite: só a vacinação pode evitar esse problema

Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos. Para evitar é só vacinar!

A poliomielite, também chamada de paralisia infantil ou simplesmente pólio, é uma doença grave que leva o paciente à paralisia. No final da década de 1980, cerca de 1.000 crianças ficavam paralíticas diariamente, o que chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabeleceu metas para a erradicação da doença até o ano 2000.

A fórmula para o sucesso da erradicação da poliomielite ao redor do mundo foi a introdução das vacinas e a realização de campanhas para vacinação em massa. Essas medidas fizeram com que o poliovírus selvagem fosse eliminado. No Brasil, o último caso de poliomielite registrado e confirmado foi em 1989, e o certificado de erradicação foi recebido em 1994.

No entanto, devido à baixa taxa de imunização contra o vírus da poliomielite registrado nos últimos anos, essa doença voltou a preocupar e já existe pelo menos um caso de uma criança de três anos que apresentou perda de forças nas pernas, febre e dores musculares no Pará que está sendo investigado pela Secretaria de Saúde do estado.

A poliomielite acomete os neurônios motores inferiores, desencadeando a sua necrose, e atinge geralmente crianças com idade inferior a quatro anos, mas também pode ocorrer em adultos que não foram vacinados, sendo, nesses casos, mais grave e responsável por um maior número de sequelas.

Como a transmissão ocorre principalmente de uma pessoa para a outra é fundamental estar com a vacinação em dia, evitando que haja uma propagação em massa desse vírus.

A doença manifesta-se em duas fases. Inicialmente os sintomas são pouco específicos, caracterizando-se pela presença de febre, dores de cabeça, irritação nas meninges e distúrbios gastrointestinais, como vômito e constipação.

Depois dessa fase, inicia-se o comprometimento dos neurônios motores, ocorrendo a paralisia. A doença pode levar o paciente à morte caso ocorra o comprometimento de partes do sistema nervoso que controlam o sistema respiratório e digestório.

Em alguns pacientes, no entanto, a poliomielite pode ser assintomática ou ainda se limitar aos sintomas iniciais, não levando, portanto, à paralisia. Nessas pessoas, pode ocorrer, após alguns anos, um problema conhecido como síndrome pós-pólio, que desencadeia:

• Fraqueza muscular.
• Fadiga.
• Dores nas articulações, ossos e músculos.
• Problemas na deglutição, fala e respiração.

Não existe tratamento específico para a poliomielite, assim, a única solução é a prevenção, principalmente pela vacinação. Para isso, há a vacina oral (composta por vírus atenuados e administrada via oral) e a vacina inativada (formada por vírus mortos e administrada por via intramuscular ou subcutânea).

A preocupação de que a paralisia volte a ser um problema advém do fato de que muitos países onde a poliomielite é endêmica apresentam baixa cobertura de vacinação. Isso pode contribuir para o surgimento de novos surtos e aumenta os riscos de transmissão pelo contato entre crianças e adultos nos ambientes escolares e sociais.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022 encerrou no final de setembro e pouco mais da metade das crianças entre um e menos de cinco anos foram imunizadas contra a poliomielite.

Apesar do fim da mobilização, todas as vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação, incluindo o imunizante que protege contra a pólio, seguem disponíveis para a população brasileira durante todo o ano.

É importante que toda a população com menos de cinco anos seja vacinada para evitar a reintrodução do vírus que causa a paralisia infantil. As crianças menores de 1 ano deverão ser imunizadas conforme a situação vacinal para o esquema primário. Já as crianças de 1 a 4 anos deverão tomar uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.